A secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Lytha Spíndola, disse nesta segunda-feira (8) que a retaliação autorizada pela Organização Mundialo de Comércio (OMC) aos Estados Unidos não vai gerar desabastecimento no mercado brasileiro.
Nesta segunda-feira, o governo divulgou a lista de produtos que terão o imposto de importação elevado como forma de retaliar os EUA. A relação inclui itens como cremes, xampus, perfumes, óculos de sol, carros, paracetamol, trigo, frutas, motocicletas e barcos a motor, entre outros. O imposto de importação ficará mais alto por um ano. A decisão só começa a valer daqui a um mês e somará US$ 591 milhões, um pouco acima dos US$ 560 milhões divulgados inicialmente.
Preços mais altos
Lytha Spíndola admitiu, porém, que esses produtos importados dos EUA ficarão mais caros com o aumento do imposto. "O consumidor vai poder continuar comprando apesar de um aumento de preços. Mas se o imposto for muito elevado, chega a um ponto que bloqueia o comércio", afirmou ela.
O diretor do Departamento de Economia do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey, ressaltou que as tarifas estabelecidas, na maior parte dos casos, não é "proibitiva".
"Buscamos evitar [colocar na lista] insumos e produtos intermediários. A maior parte dos produtos são bens de consumo final. Buscamos evitar retaliar em produtos que a indústria nacional não tenha condições de produzir e abastecer e nos quais não existam fornecedores alternativos para evitar desabastecimento interno", disse a secretária Lytha Spíndola a jornalistas.
Cozendey, por sua vez, afirmou que o Palácio do Itamaraty tem recebido "indicações" de que os Estados Unidos estariam dispostos a negociar, mas acrescentou que, até o momento, ainda não foi feita uma proposta concreta. O objetivo do governo brasileiro, disse ele, é que os EUA retirem os subsídios ao algodão.
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